quinta-feira, 13 de março de 2014

Um curso de vivência, de linguagem, de leitura e de escrita



O curso Vivenciando a Linguagem, Leitura e Escrita está em pleno desenvolvimento. As dinâmicas de leitura e escrita, assim como o estudo inicial de ortografia, juntamente com a sintonia e entrega dos alunos de todas as turmas, estão proporcionando um convívio harmonioso, saudável e muito prazeroso, onde a descoberta de formas diferentes de leitura e produção de textos já começam a surtir seus efeitos. Nossas aulas iniciam com uma pequena meditação de relaxamento e concentração que, juntamente com os florais e música clássica ambiente, fortalecem o aprendizado dando ao grupo preparação para as atividades propostas.


Como disse minha esposa e terapeuta floral Geane Matos, “é muito gratificante ver os olhos dos alunos brilhando” e eu ainda acrescento os sorrisos de quem verdadeiramente é o futuro de uma sociedade mais preparada. Olhando para esses alunos acreditamos no amanhã, na potencialidade que cada um tem a oferecer, na força de realização. Por isso, mais do que técnicas de leitura e escrita, nossas aulas estão se tornando momentos de pura crença de que é possível mudar, olhar diferente            para as coisas e sentimentos e tirar delas novas “percepções” que traduzem nossas experiências e as transformam em histórias por meio de nossos textos que são nossas palavras.



A existência do curso é a realização de um sonho que está sendo compartilhado com pessoas incríveis, onde o aprendizado, a surpresa, a descoberta, o prazer de conhecer pessoas novas de diferentes idades, tudo contribui para um estado de muita alegria. Nossa sala de aula é um espaço de vivência em que não existem diferenças, pelo contrário, há igualdade, onde as experiências são trocadas e respeitadas em um ambiente que eleva os sentimentos e a gratidão do convívio e quem ganha com isso somos todos nós.

O desafio é grande. Cada texto, cada linha escrita, cada leitura realizada, cada gotinha de flor tem a ver com sonhos, com esperanças, com desejos.... Ah, os desejos... quantas buscas... quantas vidas... Me sinto realizado em poder compartilhar um pouco do muito que ainda tenho a aprender. Me sinto grato pela oportunidade de convier com gente de bem e aprender com todos eles e, principalmente, pela confiança depositada. Cada aula é uma aventura e é bom que seja assim, pois estamos sempre no novo, sempre no aqui, construindo no agora o que tanto sonhamos para o futuro.




quarta-feira, 12 de março de 2014

Entrelinhas - O Palhaço


Tinham-lhe tantas vezes pedido conselhos. Era o redentor de todos os sofrimentos que assolavam as almas em conflito, ao ponto de impedir suicídios. Alegria, o Palhaço da Luz, como era conhecido, escolheu as ruas como o seu picadeiro e nelas transformava pessoas. Agonia mudava-se em sonhos e medos em esperanças. Contudo, algo curioso acontecia: Alegria era triste... O homem por trás do palhaço não conseguia fazer consigo o mesmo que fazia com os outros, pois não tinha tido a sorte de encontrar alguém que o apresentasse a si...

quarta-feira, 5 de março de 2014

Entrelinhas - O chamado

José levantou cedo naquele dia sentindo um impressionante chamado de Deus. Dentro dele algo acontecia que o impulsionava a sair em busca de inusitado encontro. Uma vez que não sabia aonde ir, logo veio em sua mente o óbvio: a igreja. Qual? Seja qual for centenas de milhares de pessoas não poderiam estar erradas. As músicas altíssimas cantadas num frisson de louvor, os gritos de adoração contemplados à palavra amor, deveriam estar certos, afinal. Assim andou. Quanto mais andava, mais se avolumavam igrejas e, junto delas, opiniões, palavras, homilias, pregações, baterias, gritos, violões... Mas seu coração não se preenchia. Porém, o vazio que antes incomodava, passou a ser um estranho conforto, pois, ao viver o vazio, o silêncio o despreenchia e ele achou isso bom. No entanto, o reconforto vinha com a culpa de ser diferente, de não ter seguido o chamado... Via a alegria dos outros, mas o incomodava a verdade que ali não sentia como sua e essa culpa o fez gritar ainda mais alto internamente. Neste momento, um simples jardineiro que o observava, pois José estava sentado no banco de uma praça, se aproximou lhe despertando os olhos para as flores que cuidava. Com seu semblante e gestos livres e despertos, disse:
_ Contemple uma flor... Viu? Deus está nos silêncios... Porque o grito?
Naquele momento, José percebeu que havia, há muito, obedecido ao chamado e que, com o auxílio daquele jardineiro que estava a semear, todo o barulho cessou em sua alma, seja externo ou interno, fazendo de sua vida uma comunhão ao silêncio e dele um testemunho íntimo em cada flor que passou a cultivar.