Discurso de posse
2 anos de Membro
2 anos de Membro
ALTO - Academia de
Letras de Teófilo Otoni
Discurso proferido em dezembro de 2012.
Inicialmente
quero agradecer a Deus, razão maior de todas as conquistas. Quero saudar e
agradecer aos acadêmicos e confrades da ALTO – Academia de Letras de Teófilo
Otoni, na pessoa do Acadêmico e professor Wilson Colares da Costa e Professora
Elisa Augusta de Andrade Farina, presidente desta tão importante instituição.
Quero externar minha mais alta gratidão à escritora e também acadêmica e amiga
Marlene Campos Vieira, de onde partiu minha indicação para ser agraciado com
este título que muito me responsabiliza, e também à Acadêmica e amiga Neuza
Ferreira Sena, que fortaleceu e consolidou esta indicação tornando-a realidade.
Agradeço aqui a presença de Jussara Pinheiro Paiva, diretora da Escola Orlando
Tavares e a Patrícia Jardim Costa, Secretária Municipal de Educação da cidade
de Padre Paraíso, a qual passo a representar humilde e orgulhosamente na
condição agora também de escritor e na qual trabalho como professor de Língua
Portuguesa e Literatura. Agradeço, também, a todos os professores e alunos que
aqui se encontram e que hoje se tornaram, mais do que colegas e companheiros de
trabalho, mas verdadeiros amigos. Amigos como Aldeany Moreira Santos Dias e
Carlos Mascarenhas, aqui presentes, mostrando que Padre Paraiso não é apenas o
Portal do Vale do Jequitinhonha, mas um portal de grandes pessoas e talentos
iluminados que engrandecem muito a nossa vida. À minha
querida esposa Geane Matos e minha filha Yasmin Bertoldo Silva Matos, pelo
amor, pelo carinho, pela força, pelas renúncias e compreensão de meu trabalho e
amor pelas letras.
Por fim,
agradeço a todos os meus familiares, presentes e ausentes. Mas quero agradecer
especialmente e dedicar esta conquista a duas pessoas de extrema importância em
minha vida. Pessoas que foram responsáveis por eu estar aqui neste lugar de
honra tão abençoado. Pessoas que se doaram, literalmente, e não mediram
esforços para que eu me tornasse um ser humano digno e um homem de bem; que me
ensinaram o valor do estudo, do esforço, da fé em Deus e na vida. Pessoas que,
por mais que eu agradecesse, ainda ficaria em débito e que por isso, e muito
mais, os tenho como heróis: meus pais – Aniel Rocha da Silva e Maria Elena
Bertoldo da Silva. Pai, mãe, muito obrigado do fundo da minha alma.
Estar aqui
hoje é como um sonho acordado. Esses são os melhores, pois não acabam,
permanecem. Ser um acadêmico é ter o seu nome registrado para a eternidade.
Olavo Bilac, quando perguntado por que os acadêmicos são chamados de imortais,
em resposta ele disse “porque eles não têm onde cair mortos”, mostrando a
irreverência de um grande poeta. De qualquer forma, esta condição traz a
responsabilidade perene desta honraria. Talvez eu devesse proferir belos poemas
ou frases memoráveis, referindo-me a alguns gigantes da literatura que me
encantam tanto. Mas creio ser mais
sincero e autentico comigo mesmo e com todos se, ao invés de belas citações,
abrir meu coração e deixar transbordar meus mais sublimes sentimentos de emoção.
Falar de
literatura é falar de histórias. Histórias que se transformam em nossas. E eu
sempre gostei de histórias. Os primeiros livros que li foram os clássicos
“Cinderela” e “O Caso da Borboleta Atíria”, da antiga coleção Vaga-Lume. Hoje
as coleções são mais modernas, melhoradas... Mas aqueles livros transformaram a
minha vida. Lia-os de cima de um pé de ameixa da casa de minha avó, e lá
passava a maior parte do meu tempo sempre na companhia de outros livros que,
com o passar dos anos, foram ficando mais “robustos”. A partir de José Lins do
Rego e seu “Menino de Engenho” fui descobrindo Graciliano Ramos, Machado de
Assis, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector,
Dostoiévski, Fernando Pessoa, Henriqueta Lisboa, Fernando Sabino, Murilo
Rubião... A lista é imensa. E ainda hoje continuo descobrindo escritores,
muitos se tornando amigos, outros pelas páginas de seus livros. Porém, já
naquela época, sabia o que queria ser. Não tinha uma formulação clara, mas
sabia que queria fazer parte do mundo das histórias, dos poemas, dos romances e
das crônicas, pois aquilo tudo me encantava, me tirava o chão, me fazia voar.
Hoje sou formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais e sou um homem das palavras.
Neste momento
em que passo a integrar esta instituição como um de seus membros
correspondentes, explode em mim a vontade de transformar meus escritos,
artigos, contos e publicações em algo mais substancial, pois afinal,
encontro-me na presença de ilustres acadêmicos e personalidades, em sua grande
maioria, com obras já consolidadas e devidamente reconhecidas como parta da
história literária e cultural de Teófilo Otoni. De tudo uma certeza: venho para
somar. Mas certamente ganho o presente da aprendizagem e benção de fazer parte
deste seleto mundo dos escritores que tem, nesta casa, grandes representantes.
Este é o sonho realizado e a oportunidade que me é dada, a qual devo honrar
como um de seus filhos. É bem verdade que as oportunidades não acontecem por
acaso ou de uma hora para outra. Tenho consciência que elas foram sendo
construídas ao longo de muitos anos à base de muito esforço e trabalho. Essa
condição, inclusive, nunca acaba; continua sendo necessário o empenho diário. E
é bom que seja assim. É o lado positivo da insatisfação, do querer ir além, do
não acomodar, do querer aprender por saber que, assim, podemos nos doar mais,
com mais qualidade.
Muitas coisas ainda
eu poderia dizer, muitas pessoas eu poderia citar, mas, como se trata de um
espaço predominantemente literário, deixarei que as palavras falem por mim de
agora em diante.
Escrever... Dizer
o que está por dentro, juntando sentimentos em palavras alucinadas, loucas,
desvairadas que, quando encontradas, se acalmam. Será?
Não sei... O
que sei é que assim, minha vida, como a de um livro, vai se escrevendo –
páginas ao vento, palavras ao ar.
Obrigado a
todos de coração e está dito o necessário.
Muito
obrigado.
Leandro Bertoldo Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário