sábado, 24 de maio de 2014

Entrelinhas - Dia dos meus anos

Era num sonho que esforçava-me para acordar. A pureza das flores emprestava ao féretro suas pétalas macias naquela estranha combinação de beleza e dor. O tempo passava simbolizando perdas à medida que eu crescia. Buscava na alma em frangalhos alguma coisa que pudesse sustentar o que o medo já corroía e fui encontrá-la na poesia nas palavras de Henriqueta. Outra vez Henriqueta... Enquanto contemplava a pálida infância interrompida em meio a flores, os versos pululavam em minha cabeça me mostrando caminhos: “por que tantos soluços? É uma criança. Brincou e adormeceu...” Só isso! Tão simples; tão verdadeiro! Até diria... Tão belo. Sim, tragam-me flores as outras crianças e dancemos a morte que renasce. Acordei...

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