Era num sonho que esforçava-me para
acordar. A pureza das flores emprestava ao féretro suas pétalas macias naquela
estranha combinação de beleza e dor. O tempo passava simbolizando perdas à
medida que eu crescia. Buscava na alma em frangalhos alguma coisa que pudesse
sustentar o que o medo já corroía e fui encontrá-la na poesia nas palavras de
Henriqueta. Outra vez Henriqueta... Enquanto contemplava a pálida infância
interrompida em meio a flores, os versos pululavam em minha cabeça me mostrando
caminhos: “por que tantos soluços? É uma criança. Brincou e adormeceu...” Só
isso! Tão simples; tão verdadeiro! Até diria... Tão belo. Sim, tragam-me flores
as outras crianças e dancemos a morte que renasce. Acordei...
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