quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Noturnos



Os tempos difíceis, a tristeza n’alma como se a noite fosse toda ela presença que se agarra nas lembranças que não querem mais se esquecer. Os Noturnos, belos e profundos como o oceano de nós mesmos, cedem à melancolia cadenciada harmonia de seus dedos correndo soltos pelas teclas que já são, por si, a dicotomia entre o claro e o escuro de nossas estranhas escolhas que tendem a nos embalar pelos sonhos que insistimos em ter. O menino que usava as noites para se iluminar, como os vagalumes, era o contrário dos adultos que o rodeavam e que sempre o tinham como um sonhador. Indagado sobre esse seu comportamento, o pequeno pianista interrompia em breves segundos sua lição para responder: “O problema não é sonhar; o problema é sempre recordar o que não se sonhou...” E mais uma nota soava em noites que se completavam no vazio. Como é bom o desencher.

Um comentário:

  1. NOTURNOS... essa palavra nos remete a um gênio, pianista polonês, que amalgamou a magia e suavidade da noite, com a poesia de sua alma!

    ResponderExcluir