Sexta-feira. Os carros
avançam os sinais na hora da Ave-Maria. Na verdade, as horas todas foram tensas,
de uma tensão de espera. É hoje o grande dia! Multidões se deslocam de um lado
para o outro e ninguém se olha; ninguém se percebe nas ruas, nos ônibus
lotados, nos sinais fechados. Esbarrão.
_ Ôh, seu moço, desculpe! Eu...
_ Seu filho da...
Fui percebido, afinal!
Melhor não ter sido... Por que tudo isso? Para que tanta correria? Seja como
for, sinto que estou a descobrir o que move e o que moveu, neste dia, a vida de
tantos Joões e de tantas Marias. Chego a minha casa e não me dou conta de nada.
Em que planeta eu vivo? Vivem me perguntando isso... A Renata! Sempre tão bem
informada... Pego o telefone.
_ Alô, Renata! Como vai? Você...
_ Agora?! Dá para ligar depois? Hoje é o grande dia!
_ Mas é isso mesmo que eu quero saber! Dia do que?
_ Dia do que?! Em que planeta você vive? Ligue a
televisão, rápido! Não vai querer perder o último capítulo da novela, vai?
Depois a gente se fala, thau! Tu... tu... tu...
Desligo o telefone. Absorto
em meus pensamentos e num misto de tristeza e alegria por afinal saber a
resposta, vou até o grande quadrado de sonhos e desejos e, ao invés de liga-lo,
desconecto o cabo da tomada na garantia de continuar no meu planeta... Thau,
Renata.
Infelizmente, é esta a sociedade em que vivemos....já não se conversa frente a frente....não se fazem convívios como outrora...tudo sempre aflito a correr para as tecnologias....fazem falta....mas é necessário sabê-las usar...faltou a sensibilizou para os mesmos....O prolema é que os educadores são um péssimo paradigma para seus educando em prol do comodismo....os filhos já não jogam à bola nem vão para a rua socializarem...ficam em frente ao computador a conversar e jogar....é o que temos com tendência a agravar.....
ResponderExcluirGostei no novo visual! Muito bom!!!
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