Quanta espera... Entrou
no quarto e se sentou à penteadeira da mãe. Batom, brincos, sombra, blush – um arsenal de feminilidade que
ela agora percebia; afinal, a idade estava aí! “Será que o Guto vai notar na
escola?” Aquilo tudo brilhava a seus olhos, tão ao alcance de suas mãos... E
agora ela podia, se sentia no direito de ser mulher tão linda como a sua mãe.
São assim as transformações do tempo que invadem, sem pedir licença, os nossos
anos compactuando com os nossos aniversários. Mas faltava uma coisa, quer
dizer, faltava mesmo, pois agora já não falta mais: os sapatos de saltos da
mãe. Finalmente nos seus pés! Ela se aprontou toda e se mirou no espelho...
Linda, perfeita, adulta. A campainha toca. Chegou a hora...
_ Filha, a Aninha chegou.
_ Aninha?! Oba! Já não sabia mais o que inventar para te
esperar! Trouxe a Barbie? A casinha já está pronta no meu quarto. Já estou
indo...
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